As fraturas e luxações que acometem o terço proximal do úmero representam aproximadamente 5% das fraturas em adultos. Na maioria dos casos, são fraturas sem deslocamento ou com deslocamento mínimo, que podem ser tratadas sem a necessidade de cirurgia.
Essas fraturas geralmente ocorrem em pacientes idosos, cuja fragilidade óssea facilita a ocorrência de fraturas mesmo com traumas leves. Em pacientes mais jovens, por apresentarem estrutura óssea mais robusta, as fraturas tendem a ser causadas por traumas de maior intensidade, resultando em lesões mais complexas e de tratamento desafiador.
As principais complicações associadas a essas fraturas incluem:
- Pseudoartrose: Não consolidação da fratura.
- Necrose da Cabeça do Úmero: Decorrente de lesão nos vasos sanguíneos que nutrem o osso.
- Consolidação Defeituosa: Alterações na anatomia óssea após a cicatrização.
Tratamento
O tratamento dessas fraturas depende de vários fatores, como o tipo de fratura, os desvios presentes, a idade e as condições clínicas do paciente, assim como o nível de atividade física. As fraturas são classificadas conforme o número de fragmentos ósseos, conhecidos como “partes”.
Fraturas sem desvios
Se não houver desvio na fratura, é indicada a imobilização do ombro por cerca de quatro semanas. Após a consolidação clínica ou radiográfica, inicia-se a fisioterapia para recuperar os movimentos. Algumas fraturas podem ser liberadas da imobilização em um período mais curto, desde que não apresentem desvios significativos. Exames clínicos semanais são necessários para monitorar a redução da fratura.
Fraturas com desvios
As fraturas com desvios são tratadas com base no número de “partes” envolvidas. Quanto maior o número de fragmentos, maior é a complexidade do tratamento e pior o prognóstico.
- Fraturas em três partes: Altamente instáveis, exigem tratamento cirúrgico com pinos de fixação óssea e suturas nos fragmentos menores.
- Fraturas em quatro partes: Apresentam mau prognóstico devido à alta incidência de necrose da cabeça do úmero, resultante de lesões vasculares no momento da fratura. Geralmente, o tratamento envolve a substituição do fragmento afetado por uma prótese de ombro. Em pacientes jovens, essas fraturas podem ser tratadas com métodos alternativos à prótese, exigindo avaliação especializada.
Com um tratamento adequado e acompanhamento regular, muitas dessas fraturas podem ser tratadas com sucesso, promovendo a recuperação funcional do ombro e minimizando as complicações a longo prazo.