Bursite trocantérica e lesão dos tendões glúteos | Centro de Preservação Articular Dr. Marcio Rubin
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Dr. Marcio Luiz Librelotto Rubin (Ortopedista e traumatologista)

Bursite trocantérica e lesão dos tendões glúteos

A bursite trocantérica pode afetar qualquer pessoa, não sendo exclusiva de atletas. No entanto, é mais prevalente entre mulheres, especialmente aquelas que praticam corrida ou estão na meia-idade. É essencial observar os sintomas característicos da bursite: a dor é frequentemente localizada na lateral do quadril, podendo irradiar para a região lateral da coxa.

O que é a Bursite?

A bursite é uma inflamação de uma bursa, que é um pequeno saco preenchido por fluido, localizado em diversas articulações do corpo. Essas estruturas funcionam como almofadas que reduzem o atrito entre ossos e tecidos moles. As bursas mais relevantes estão no ombro, cotovelo, quadril, joelho e calcanhar.

No quadril, o grande trocânter é a proeminência óssea lateral que serve como ponto de apoio para os músculos e sobre a qual o corpo repousa ao dormir de lado. Essa região possui uma bursa que, em algumas situações, pode se irritar e causar a bursite trocantérica.

Sintomas da Bursite do Quadril

O sintoma mais comum é a dor na lateral do quadril, que pode se estender para a parte posterior e inferior da coxa. Nos estágios iniciais, a dor é geralmente aguda e descrita como uma sensação de queimação. Com o tempo, ela pode se tornar mais difusa e intensa, dificultando sua localização exata. Normalmente, a dor piora durante a noite, ao deitar-se sobre o lado afetado, ou ao levantar-se após um período sentado.

Fatores de Risco

Embora possa ocorrer em qualquer pessoa, a bursite do quadril é mais comum em mulheres de meia-idade e idosos. Os principais fatores de risco incluem:

  • Esforço repetitivo: Corridas, subir escadas, andar de bicicleta ou permanecer em pé por longos períodos.
  • Traumas no quadril: Quedas, batidas em superfícies duras ou deitar-se de um lado por muito tempo.
  • Problemas na coluna: Como escoliose ou artrite na coluna lombar.
  • Desigualdade no comprimento das pernas: Diferenças superiores a 2 cm podem alterar a marcha e irritar a bursa.
  • Artrite reumatóide: Aumenta a propensão da bursa à inflamação.
  • Cirurgias anteriores: Procedimentos no quadril ou próteses podem irritar a bursa.
  • Esporões ósseos: Depósitos de cálcio nos tendões podem agravar a inflamação.

Diagnóstico

O diagnóstico envolve um exame físico detalhado, buscando áreas de sensibilidade no grande trocânter. Testes adicionais, como raios-X, tomografias ou ressonância magnética, podem ser solicitados para descartar outras condições.

Tratamento Não Cirúrgico

Bursite trocantérica pode ser tratada na grande maioria das vezes com medidas não cirúrgicas e infiltrações. Muitos pacientes com bursite trocantérica também apresentam lesões dos tendões glúteos médio e mínimo. Estas lesões tendíneas podem ser reparadas de maneira endoscópica, da mesma forma que nos reparos dos tendões do ombro. É importante ressaltar que algumas lesões extensas dos tendões glúteos não são reparáveis endoscopicamente, necessitando cirurgias abertas com uso de enxerto e eventualmente transferências musculares.

O manejo inicial costuma incluir:

Uso de bengalas ou muletas: Para aliviar a pressão sobre o quadril.

Mudanças no estilo de vida: Reduzir ou evitar atividades que agravem os sintomas.

Anti-inflamatórios: Uso de AINEs para controlar a dor e a inflamação.

Fisioterapia

A fisioterapia é amplamente utilizada, com exercícios de alongamento e tratamentos como calor ou ultrassom, que podem aliviar os sintomas.

Injeções

Corticóides combinados com anestésicos locais podem proporcionar alívio significativo. Esse tratamento é simples e pode ser realizado em consultórios ou centros especializados. Em alguns casos, pode ser necessário repetir a aplicação.

Nota: Apesar da má fama das infiltrações, quando usadas de forma criteriosa, são altamente eficazes.

Plasma Rico em Plaquetas (PRP)

Para pacientes com tendões enfraquecidos, o PRP é uma opção eficaz. Obtido do sangue do próprio paciente, esse tratamento estimula a regeneração dos tecidos. Geralmente, são necessárias 2-3 aplicações.

Tratamento Cirúrgico

Embora raro, pode ser necessário remover a bursa inflamada por meio de videoartroscopia. Essa técnica minimamente invasiva utiliza pequenas incisões e permite uma recuperação mais rápida e menos dolorosa.

Reabilitação

O período de recuperação varia entre 1 e 2 meses. O uso de bengalas é comum nos primeiros dias após a cirurgia, e a dor geralmente diminui rapidamente.

Prevenção

Para evitar a bursite, recomenda-se:

  • Evitar atividades repetitivas que pressionem os quadris.
  • Manter o peso adequado.
  • Trabalhar na flexibilidade e força dos músculos do quadril.
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